Uma hora a mais ou uma hora a menos? Depende do ponto de vista, eu suponho. Quando estou doente, eu penso de tempos em tempos algo do tipo "tudo bem...estou uma hora mais perto de estar curado". É uma forma de conter o abatimento.
O tempo é uma grande, redonda e infinita forma de tortura para os ansiosos, barra dura para os egocêntricos e/ou orgulhosos, conforto para quem sofre de amor e aleatoriedade para quem não se importa com o que o tempo tem a dizer - até por que o temo não fala, só passa.
Quando, com autoridade, assumimos as rédeas de nossas vidas, passamos a entender que o que acontece, independentemente de ocorrer por si ou por influência de terceiros, é uma questão de ciclo, que de uma maneira ou de outra, irá ao natural acontecer. Bem como sabemos que um dia, talvez, a terra, cuja qual coerentemente chamamos de lar, irá se acabar.
Nada é pra sempre, até mesmo o que sabemos que hoje é, amanhã talvez não mais será, e em seu lugar outra "lei natural" assumirá. O próprio tempo, pai de todas as eras, sabe que um dia ele deixará de ser importante, ao mesmo tempo que chegar bem em casa ou no trabalho, deixar ser mais importante que chegar primeiro, e a gente sabe, muita coisa vai acontecer. A gente vai envelhecer, e o tempo nada terá a ver com isso. Aquele miojo escondido no fundo do balcão vai passar do prazo de validade, roupas vão gastar, rasgar, lacear e o tempo nada terá a ver com isso.
E sem mais pensar no tempo que virá, muito menos no tempo que passou, aproveito o tempo que é, a dádiva do presente. E que baita presente. Alimento da correria, das ideias e dos desvios mentais. A questão é saber lidar bem com o que há. Até porque, não há porque se preocupar com o futuro quando as sementinhas plantadas hoje são bem cuidadas, pois isso é certeza de algo belíssimo para o amanhã.
As abelhas são mais, muito mais, infinitamente mais importantes que o tempo.
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