sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Escrevendo sobre escrever (?)

Eu queria poder encontrar as folhas, dos meus primeiros poemas. Aqueles poemas que escrevi quando eu era pequeno, e sonhava em declama-los para um público, com rosas numa mesinha posicionada ao lado de um sofá ao qual eu estaria sentado. Hoje, eu canto os meus poemas, talvez um pouco mais amadurecidos, ou talvez apenas a minha voz que está diferente. E então escrevo uns textos, por que há coisas demais na cabeça, coisas que a gente não consegue tirar com Dó, Ré, Mi, Fá, Sol. Por que certamente, há algumas coisas dentro de todo compositor, que não podem virar músicas, talvez pela sonoridade, ou às vezes pela carga sentimental que a gente emprega nas palavras. É que para cada música existe um sentimento, um momento, um pensamento, mais específico, e já nos textos, crônicas e demais, colocamos bastante coisa. Um pensamento por minuto, um suspiro por segundo, um perfume que sentimos esperando o ônibus, várias histórias, que interligamos para contar um por quê. Podemos contar uma felicidade, uma tristeza, uma incógnita, ou qualquer coisa em muitas linhas, simplesmente pelo prazer de botar pra fora todo e qualquer sentimento, afinal, quem é que não gosta do sentimento de estar começando algo? Mesmo que haja o dejavi, todo novo começo, pode ter um novo final, e há escritas para isso: Quem sabe uma frase num livro qualquer, mude totalmente o teu modo de ver o mundo, e quem sabe tu não mude as tuas atitudes e veja tudo mais claro da próxima vez que for fazer algo.

Temos tantas coisas presas em nosso peito, e aquela maldita incerteza que nos impede de agir.

Você sonha tantas vezes em no final do ano, quando tudo terminar tão bem, você pegar umas roupas e viajar. Chega o tão esperado dia, e você não tem dinheiro, você tem medo. Você não tem carona, você tem sono. Você não tem ansiedade, você não tem vontade. E daí, no final desse dia, você reclama por não ter feito nada (e uma prateleira de livros respirando poeira). Escreve-se nos livros, palavras infinitas, para serem lidas, não por olhos merecedores, nem por almas puras. Escreve-se nos livros, para no final de um dia entediante, e de chuva, você ter lido um livro inteiro, e ainda estar em transe com tudo que tu viu e viveu, lendo-o. E talvez, o que eu esteja escrevendo seja tão clichê, que quando alguém ler isso achará estúpido, comparado com o que já foi escrito. Talvez seja tão clichê, que eu nem queira terminar de escrever, enquanto eu não preparar um café.

Qualquer sonho, para uma mente aberta, é uma porta.

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